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Historiador

Sousa, Nestor de. 1931/2017, diretor do Museu Carlos Machado, professor universitário

  • PT-NS
  • Person
  • 1931/2017

[N. Ponta Delgada, 11.10.1931] Filho de João Cabral de Sousa e de Maria Idalina C. Mendonça de Sousa. Fez os seus estudos liceais em Ponta Delgada, licenciou-se em História pela Universidade de Coimbra e fez o mestrado em História da Arte pela Universidade Nova de Lisboa. Foi professor provisório no Liceu Nacional de Santarém e extraordinário no de Tomar onde criou e dirigiu um Centro Cultural. Fez estágio pedagógico no Liceu Nacional de Ponta Delgada, onde foi professor efectivo de História. Docente da Universidade dos Açores desde a sua criação como Instituto Universitário, foi responsável pela disciplina de História da Arte, leccionação que acumulou com outras nomeadamente História da Civilização Grega, tendo-se aposentado em 2003. No âmbito da investigação da sua área académica tem artigos publicados em actas de congressos e colóquios nacionais e internacionais, revistas, catálogos de exposições artísticas, programas de espectáculos dramáticos e páginas de arte e cultura de jornais açorianos. Por solicitação de entidades oficiais, elaborou «pareceres» relativos a restauro e/ou reconversão de monumentos do património regional açoriano, nomeadamente sobre o Recolhimento de S. Pedro de Alcântara, S. Roque, Pico e Teatro Micaelenses, em Ponta Delgada. Amador escolar de Teatro, estudante de Coimbra pôde desenvolver esta actividade como membro do TEUC ? Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra ?, de que foi Presidente da Direcção (1965) e do CITAC ? Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra ? num percurso de espectáculos de norte a sul do território continental português e extensão estrangeira, nomeadamente de Festivais Internacionais realizados na Alemanha (Erlangen); em França (Nancy), em Paris e X Delfíada de Verona, Itália. Mais recentemente, como actividade circum-escolar universitária, criou em Ponta Delgada a Trupe da Universidade dos Açores ? TRUNAC ? com espectáculo inaugural na Igreja do Carmo, de Ponta Delgada. Depois, nos Teatros Micaelense e Angrense, com a representação de O Avarento, de Moliére, de que foi, simultaneamente, encenador, ensaiador e protagonista. Em Ponta Delgada, por convite e em paralelo com a sua actividade docente e académica, foi Director do Museu Carlos Machado (1975), cargo que desempenhou sem vencimento e de que apresentou demissão nos começos de 1985, período em que apresentou à tutela projecto de reestruturação e realizou a sua dinamização em continuadas exposições permanentes, temporárias e itinerantes, para além de regulares actividades de extensão artística e cultural. Posteriormente, organizou o Museu Municipal de Nordeste como museu de história local, inaugurado oficialmente em Janeiro de 1989. Por solicitação, realizou duas exposições de pintura na Escola Secundária Antero de Quental, de Ponta Delgada, respectivamente: Antero e os Tempos de Escola ? inaugurada pelo Presidente da República, Dr. Mário Soares ? e Pintura de Duarte Maia. Para as primeiras (e únicas) jornadas culturais do Hospital da Misericórdia de Ponta Delgada, realizou na sala do Consistório do antigo edifício a exposição Arte Religiosa (pintura, imaginária, ourivesaria e têxteis). Em 1983, foi eleito e ratificado oficialmente membro correspondente da Academia Nacional de Belas-Artes de Lisboa, às sessões da qual tem apresentado comunicações. Faleceu em Ponta Delgada, a 23/06/2017.

http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/default.aspx?id=10254

Ataíde, Luís Bernardo Leite de.1883-1955, pintor, etnógrafo e historiador

  • PT-LBLA
  • Person
  • 1883-1955

Ataíde, Luís Bernardo Leite de

[N. Ponta Delgada, 25.4.1883 - m. ibid., 17.7.1955] Filho de Augusto de *Athayde Corte Real da Silveira Estrela e de D. Maria Constantina Rebelo Leite Botelho de Teive. Casou com D. Maria Luísa de Vasconcelos Soares d?Albergaria. Homem de vasta e multifacetada cultura, destacou-se nomeadamente (mas não só) como pintor, etnógrafo e historiador da arte micaelense. Desde muito jovem manifestou tendência para a pintura, datando de 1890 o seu primeiro trabalho identificado, Barcos no Porto de Ponta Delgada. Teve lições particulares de pintura e desenho com Artur Viçoso May, ao mesmo tempo que frequentava o ensino secundário. Em Coimbra, formou-se em Direito, em 1906, e regressou a S. Miguel, sendo em 1908 nomeado director da secção de Etnografia do, então, Museu Municipal, cargo que exerceu até ao fim da vida. Logo após a implantação da República fez parte da primeira comissão administrativa da Câmara Municipal de Ponta Delgada, mas rapidamente se desiludiu e voltou aos credos monárquicos tradicionais da família. Ainda em 1910, regressou a Lisboa para ter lições de pintura, durante alguns meses, com Carlos Reis. De novo em S. Miguel, iniciou então o período de criação adulta como pintor, que, marcada inicialmente por uma disciplina naturalista clássica, evoluiu gradualmente para um impressionismo, de estilo muito pessoal. Os seus quadros a óleo sobre tela e sobre madeira têm quase sempre exclusivamente por tema a paisagem micaelense. Deixou também notáveis caricaturas. Para além das suas exposições, participou noutras em Ponta Delgada, nas quais foram apresentadas obras de alguns dos pintores portugueses mais destacados na época. As suas qualidades foram reconhecidas no Continente e no estrangeiro e chegou a ser convidado por José de Figueiredo para conservador do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Em 1990 foi publicado pela Editora Signo um álbum com a reprodução de uma centena das suas obras sob o título Luís Bernardo Leite de Athayde: do Naturalismo ao Impressionismo ? Um Percurso Açoreano. A etnografia foi outro dos seus principais interesses. Manteve largo contacto epistolar com etnólogos de relevo, no estrangeiro e em Portugal, como, por exemplo, José Leite de Vasconcelos (que o refere extensamente na sua obra Mês de Sonho ? Conspecto de Etnografia Açórica, 1925), etc. Dedicou-se, também, ao restauro de obras de arte e monumentos, com destaque para o grande trabalho que realizou no Convento de Belém, onde residia. No campo da história da arte, encarada quase sempre numa perspectiva de ligação à etnografia, iniciou os seus trabalhos a partir de 1910, estudando e defendendo sistematicamente o património cultural e artístico micaelense. Para além de livros e opúsculos abaixo referidos publicou na Revista Micaelense, na Insulana, no jornal A Ilha e em outros periódicos, numerosos artigos sobre aquelas temáticas. Em 1930, fez parte da comissão administrativa da Junta Geral do Distrito e foi por proposta sua que esse corpo administrativo adquiriu o Convento de Santo André para nele instalar o Museu Carlos Machado. Nos primórdios do turismo açoriano pertenceu aos corpos gerentes da Sociedade Terra Nostra, deixando pinturas em algumas das suas instalações. Sócio honorário do Instituto Histórico da Ilha Terceira e sócio fundador do Instituto Cultural de Ponta Delgada. Agraciado em 1919 com o grau de cavaleiro da Ordem de Sant?Iago da Espada (ministro Leonardo Coimbra). Vogal auxiliar da Comissão dos Monumentos Nacionais (1921); sócio correspondente da Associação dos Arqueólogos Portugueses (1923); membro do Conselho Superior de Belas-Artes (1934); etc. Em 1974, foi homenageado postumamente pela Junta Geral do Distrito Autónomo de Ponta Delgada, com o descerramento de um busto em bronze no Museu Carlos Machado, da autoria de Francisco Xavier Costa, e uma grande exposição retrospectiva. Augusto de Athayde (Mai.1996)

Obras principais: (1918), Etnografia Artística. Ponta Delgada, ed. do autor. (1934), A Laranjeira do Senhor Santo Cristo. Ponta Delgada. (1934), A Nossa Gente (Prosa Ritmada). Ponta Delgada, Tip. do Diário dos Açores. (1934), Ermidas Micaelenses. Ponta Delgada, ed. do autor. (1943), Um Místico. Notas Etnográficas e Folclóricas da Vida Micaelense do Século XVIII. Ponta Delgada, ed. do autor. (1948), Trechos da Vida Rústica Regional, Ilha de S. Miguel. Ponta Delgada, Of. de Artes Gráficas. (S.d.), A Urbanização de Ponta Delgada e a Sua Arquitectura. Ponta Delgada, Of. de Artes Gráficas. (S.d.), Notícias dos Médicos e Artistas Amigos Portugueses e Estrangeiros Que Exerceram a Sua Actividade em Portugal. Ponta Delgada, ed. do autor. (1974-76) Etnografia, Arte e Vida Antiga nos Açores. Coimbra, Biblioteca Geral da Universidade, 3 vols. [reedição das suas obras principais].

Bibl. Athayde, A. (1997), Livro de Família, Lisboa, ed. do autor, I [fora do mercado]. Pamplona, F. (1987), Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses. Porto, Ed. Civilização, I: 139. Vieira, L. M. (1990), Nota biográfica. Açoreano Oriental, 17 de Maio.

Notas biográficas publicadas aquando do seu falecimento: Açores (1955), 19 de Julho. Correio dos Açores (1955), 19 de Julho. Diário dos Açores (1955), 18 e 19 de Julho. Bettencourt, J. R. (1955) [periódico], 18 de Julho. A Ilha (1955), 23 de Julho. Vasconcelos, J. C. (1955), Correio dos Açores, 17 de Agosto.

http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=4831